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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Rock in Rio


Estreia do Rock in Rio - 1985: mais de 1 milhão e trezentas mil pessoas

Bateram o martelo e o Rock in Rio está de volta. Reuniu 250 mil madrileños em sua última versão, na capital espanhola, e agora retorna à cidade que lhe batizou em busca do receptivo público carioca. Receptivo e presente: na última versão do festival realizada no Rio de Janeiro, o Rock in Rio contou com quase um milhão e trezentas mil pessoas, que deliraram ao som de um cardápio váriado de artistas nacionais e internacionais. Aliás, em nove edições de vida, foi no Brasil que o festival idealizado pelo publicitário Roberto Medina teve disparado seus melhores indíces de público. Em 85 e 91, anos de estreia do evento, o público ultrapassou a casa dos dois milhões. Medina sabe, o carioca é bom consumidor.
Se para o resto não se pode dizer o mesmo, quando o assunto é música o Rio está em alta. Não pelos talentos que a cidade fabrica (sempre fabricou, não é novidade para ninguém), mas pelos eventos musicais que têm ancorado aqui. Em agosto, os sertanejos entrelaçados à força em nossos ouvidos foram dissolvidos pelo Bourbon Street Fest. A entrada franca e o repentino frio foram receita perfeita para atrair o público carioca a um palco simpático, encrostado no Parque Garota de Ipanema, beirada do Arpoador. Feras de New Orleans, bairro norte-americano berço do jazz, se apresentaram de forma enérgica e respeitosa, como manda o procedimento num Rio que musicalmente não deve nada a ninguém.
O destaque no primeiro dia do BSF foi um jovem e talentoso negão que, acompanhado de uma afiada banda a qual liderava, não decepcionou revezando trompete e microfone na mão. Shamarr Allen & The Underdawgs fizeram a galera vibrar em releituras de clássicos jazzísticos e levadas empolgantes que iam do hip-hop ao rock, passeando por influências latinas. Quem também amaciou nosso ego foi o veterano mas não menos enérgico Gary Brown: presenteou os presentes com 'Palco', do Gil, reformulada em um jazz funkeado que arrancou aplausos dos mais discretos. 
Enquanto isso, na vizinhança... Chamam de Woodstock Brasileiro, mas a pacata cidade de Itu (SP) receberá mesmo o SWU, em outubro. O 'Starts With You' levanta a bandeira da sustentabilidade, sustentando grande organização. Bandas de peso como Rage Against The Machine, Incubus e Dave Matthews Band já confirmaram. Outra boa surpresa é a volta do Sublime. De molho desde 96, quando o vocalista Bradley Nowell morreu de overdose, a banda californiana voltou no ano passado com Rome Ramirez nos vocais e é presença certa no segundo dia do eco-festival paulista. No segundo dia também tem Joss Stone, jovem inglesa talentosíssima de repertório pop soul. A decepção fica por conta da música brasileira, muito mal representada por um Mutantes desfalcado, pela circense Teatro Mágico e pela dupla Capital / Jota Quest. Tudo bem, em tempos de sucesso do mercado emocore, podia ser pior...
Medina não lê este blog, certamente. Quem lê? Mas fica a a dica, doutor, para esse próximo Rock in Rio. Valorize a música brasileira. Você é bom nisso, assim o fez em 85, 91 e em 2001 (onde poderia ter feito mais). Vê lá hein, basta um Luan Santana para sujar a imagem desse festival de tanto prestígio.

E você, quem quer ver no Rock in Rio 2011?

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